-Continuando pela costa, passamos por
diversas vilas e praias, como
Sidi-Sari - com um enorme estacionamento junto á praia, cercado por supermercado, restaurantes, habitações, bom local para pernoitar. Descendo para o sul, chegamos a
-Azemmour
vila junto ao mar onde se pode admirar os bem
conservados vestigios portugueses na porta das muralhas e capitania, donde se
avista o rio e o mar e toda a “nova” vila envolvente, bem com a medina e a
kasbah (bairro judeu) que visitamos demoradamente.
Extra da viagem: ao perguntar sobre a capitania portuguesa,
uma senhora nativa ali residente, mas que alem do arabe falava bem francês que
nos levou numa visita guiada a todas estas áreas e além do mais por ser
residente e conhecer toda a gente da “aldeia” nos facilitou o acesso ao
interior das casas bem como a tirada de fotos de diversas pessoas de variadas
artes e oficios: o pintor que não usa pinceis mas lâminas de barba para
as suas pinturas a óleo sobre telas e sobre cartão, o Sr. Abdellatif artesão
de arte mourisca em madeira (que nos recomendou ler no google sobre a
personagem historica “Estebanico” nascida em Azemmour e que foi nas caravelas
portuguesas para Portugal e mais tarde seguiu para Espanha e dali acompanhou
Cristovao Colombo até e na descoberta da America) e as padarias da Medina
e depois as padarias da Kasbah, nos mostrou as diversas portas
antigas das casas e riads da Medina, nos indicou cada uma e as varias
casas compradas e/ou reconstruidas por estrangeiros alemães, franceses,
americanos, holandeses, que ali vivem 9 meses outros apenas nos 3 meses de
verão (casas muito acessiveis aos europeus, e sendo a maioria reformados
europeus podem neste Pais usufruir dum nivel de vida muito bom, pois o custo de
vida é igual e/ou inferior a Portugal; como exemplo, policias ganham 6.000
dirans = 600 euros; os limpadores das ruas ganham 500 dirans = 50 euros; um
razoavel e um bom mecanico de carros ganha 1.000 e 2.500 dirans = 100 e 250
euros, e grande maioria de salarios estão compreendidos entre estas faixas de
valores) e acabamos em casa desta Srª Fouzia e familia (marido e filha) a conviver,
a tomar cha com pães caseiros da padaria da Medina (que se comem aos
bocados depois de mergulhados numa
tijela com azeite puro de Ouarzazate -1,5º acidez, com bom cheiro e sabor-
misturado com um pouco de mel que faz bem á garganta e lhe retira parte da
acidez) e a trocar impressões da viagem já feita e que nos falta ainda fazer, a
falar de Marrocos e Portugal, com uma curiosidade: o azeite puro esmagado
manualmente na “ceira” sem preparados quimicos, que ali tomamos é da região
donde é nasceu e viveu anos o seu marido, que é berbere (pela mais escura que
os do norte por força de longas gerações ao sol do Sahara) Um dia muito rico em
historia e muito bem passado. Assim ficamos a saber que as diversas etnias do deserto são 3, sendo
que os beduinos estão fixos, os tuaregs e berberes são errantes e nomadas,
embora muitos destes se estejam a fixar em aldeias ao redor dos desertos.
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