domingo, 7 de abril de 2013

Oulidia


-Cidade muito bonita, limpa, numa encosta a norte da praia, casas em cascata parecendo, á noite, um presepio iluminado. Descendo a estrada para a praia e centro da cidade, um enorme jardim e ao seu lado um parque de estacionamento guardado destinado a Acs, cheio de autocaravanas de varios paises, onde PERNOITAMOS. (AC+2 pessoas=25 dirans) A praia é uma baía resguardada, areia branca, com dunas e falesias do lado sul, com grutas esculpidas pelas ondas, uma delas chamada “gruta portuguesa” pelos locais, que fomos visitar.
Extra da viagem: atravessamos a praia e subimos as dunas que se prolongam até aos rochedos, e neste “planalto” vemos o mar lá no fundo da falesia e a tal gruta “portuguesa”; mais curioso foi encontrarmos ali alguns pescadores com canas (varas de pesca, brasil), e entre eles um local que ao estilo “eremita” vivi um senhor chamado Mustapha numa das grutas á superficie, e deste “planalto” e reentrância fazia a sua casa e sala de estar e de cozinha, pois fazia o chá e os tajines, os couscous e o peixe e marisco grelhado ali mesmo na fogueira, com paus secos; tem uma mesa e os bancos são as rochas; então conversamos –-fala o arabe e o francês, bem como inglês e espanhol  sendo por isso facil entendermo-nos--- e ele foi-nos mostrar a tal gruta portuguesa, que além de se ver de fora o enorme buraco, por um estreito e escuro corredor  na rocha se vai desaguar numa sala com 3 colunas e passa-se para a segunda sala mais pequena com 2 buracos/varandas para o exterior donde se avista a gruta e as ondas a  espumarem nas rochas da sua base; acabada a visita e sessão de fotos, subimos e  ele acabou a conversar e a fazer chá na sua caverna toda forrada nos lados e chão com tapetes e o tecto com grosso plastico e bambus, com colchão e cobertores onde nos sentamos e apreciamos o cheiro e sabor doce do chá em contemplação da visão e som do mar (até que dormir ali e acordar com esta visão e som do mar, e passar uns dias na praia e a pescar e cozinhar e a apreciar o panorama envolvente não é mau, são até férias caras quando existe uma cama feita de hotel!!!!) E já com apetite, ás 13h começou a fazer a tajine, ás 14,30 estavamos a comer junto com os 2 pescadores seus amigos e um francês residente na vila. Enquanto a tajine cozinhava lentamente e ao ar livre no fogo de lenha entre 4 pedras, ele ofereceu-se para demonstrar que sabia de massagens, e com o famoso oleo de Argan, e sobre uma manta fina de algodão que usa nos turistas para este efeito, fez uma massagem de 1 hora e 10 minutos,  completa: frente, costas, pernas e pès!!!!!!!-e sempre no silencio, ao som das ondas que batiam por baixo, nas rochas.


El Jadida


-Conhecida como Mazagão no tempo dos portugueses, e que ainda a apelidam de “Cité Portugaise”, como se pode ver em letreiros indicativos, com o nome das ruas no interior das muralhas, nas portas das muralhas, a Igreja, a “Cisterna Portuguesa”. A cisterna manuelina da fortaleza de El Jadida é um dos lugares mais místicos de Marrocos. Apesar de ter sido construída durante a época portuguesa no século XVI e XVII, esta cisterna só foi descoberta em meados do século XX. A cidade de Mazagão, seu nome em português ou El Jadida, o seu nome em Árabe pertence ao programa de Património Mundial da UNESCO desde 2004.
Esta cidade foi um forte bastião de quando os portugas a fundaram e por cá andaram a confraternizar com estes povos, a par das outras cidades-capitanias “colonizadas” em redor como Arzila, Larache, Safi, Essouira, Agadir, Tanger e Fez, em que tudo terminou e foram expulsos com a ocorrência de Ksar-el-Kebir (Alcacer Quibir) na derrota e morte dos soldados e rei D. Sebastião nesta batalha decisiva. Visita obrigatoria, lembra parte do passado alem mar dos Portugueses em Africa, e aqui estão a recordá-lo as grossas e longas muralhas da fortaleza com os canhões, os brasões reais nas fachadas, tudo ainda bem conservado e considerado Patrimonio da Humanidade  decretado pela Unesco em 2004. Depois há sempre para visitar a medina, o mercado, as ruelas, o longo passeio maritimo para norte das muralhas.
-Aos autocaravanistas em especial:
“Camping Caravaning International d´El Jadida” muito sombreado, com restaurante, sala de convivio e de jogos, mini mercado com pao fresco diario, que fica a 300m da praia/passeio maritimo, e 900m das muralhas e fortaleza. Três noites aqui PERNOITAMOS para visitar a cidade, abastecer de água o deposito 200l da AC, despejar sanita quimica, comprar alimentos.

E para quem quer comprar souvenirs, visitar a loja do amigo Mouhssine El Maaloumy Twarage bazar the city portugaise que fica em frente a entrada da "Cisterna Portuguêsa."

Azemmour


-Continuando pela costa, passamos por diversas vilas e praias, como 

Sidi-Sari - com um enorme estacionamento junto á praia, cercado por supermercado, restaurantes, habitações, bom local para pernoitar. Descendo para o sul, chegamos a


-Azemmour

vila junto ao mar onde se pode admirar os bem conservados vestigios portugueses na porta das muralhas e capitania, donde se avista o rio e o mar e toda a “nova” vila envolvente, bem com a medina e a kasbah (bairro judeu) que visitamos demoradamente.
 Extra da viagem: ao perguntar sobre a capitania portuguesa, uma senhora nativa ali residente, mas que alem do arabe falava bem francês que nos levou numa visita guiada a todas estas áreas e além do mais por ser residente e conhecer toda a gente da “aldeia” nos facilitou o acesso ao interior das casas bem como a tirada de fotos de diversas pessoas de variadas artes e oficios: o pintor que não usa pinceis mas lâminas de barba para as suas pinturas a óleo sobre telas e sobre cartão, o Sr. Abdellatif artesão de arte mourisca em madeira (que nos recomendou ler no google sobre a personagem historica “Estebanico” nascida em Azemmour e que foi nas caravelas portuguesas para Portugal e mais tarde seguiu para Espanha e dali acompanhou Cristovao Colombo até e na descoberta da America) e as padarias da Medina e depois as padarias da Kasbah, nos mostrou as diversas portas antigas das casas e riads da Medina, nos indicou cada uma e as varias casas compradas e/ou reconstruidas por estrangeiros alemães, franceses, americanos, holandeses, que ali vivem 9 meses outros apenas nos 3 meses de verão (casas muito acessiveis aos europeus, e sendo a maioria reformados europeus podem neste Pais usufruir dum nivel de vida muito bom, pois o custo de vida é igual e/ou inferior a Portugal; como exemplo, policias ganham 6.000 dirans = 600 euros; os limpadores das ruas ganham 500 dirans = 50 euros; um razoavel e um bom mecanico de carros ganha 1.000 e 2.500 dirans = 100 e 250 euros, e grande maioria de salarios estão compreendidos entre estas faixas de valores) e acabamos em casa desta Srª Fouzia e familia (marido e filha) a conviver, a tomar cha com pães caseiros da padaria da Medina (que se comem aos bocados  depois de mergulhados numa tijela com azeite puro de Ouarzazate -1,5º acidez, com bom cheiro e sabor- misturado com um pouco de mel que faz bem á garganta e lhe retira parte da acidez) e a trocar impressões da viagem já feita e que nos falta ainda fazer, a falar de Marrocos e Portugal, com uma curiosidade: o azeite puro esmagado manualmente na “ceira” sem preparados quimicos, que ali tomamos é da região donde é nasceu e viveu anos o seu marido, que é berbere (pela mais escura que os do norte por força de longas gerações ao sol do Sahara) Um dia muito rico em historia e muito bem passado. Assim ficamos a saber que as diversas etnias do deserto são 3, sendo que os beduinos estão fixos, os tuaregs e berberes são errantes e nomadas, embora muitos destes se estejam a fixar em aldeias ao redor dos desertos.

Autocaravanas...não importa se é de pobre...

Autocaravanas...não importa se é de pobre...
a criatividade é mais importante:)